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Ymanitu Silva, tenista paratleta, revela como mantém os treinos durante a quarentena

Por time | 08 Maio 2020 | 1 Min de Leitura
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A pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) parou o mundo inteiro. Para conter o avanço do vírus, diversos países adotaram a quarentena, cancelaram eventos de jogos e competições para evitar aglomerações e até as academias foram fechadas. Nesse novo cenário, os atletas estão tendo que adaptar a sua rotina de treinos para se manterem em forma até que tudo se normalize.

Ymanitu Silva, o Many, praticava tênis na infância e adolescência. Após sofrer um acidente de carro em 2008, que causou sua deficiência, voltou às quadras. Dessa vez, praticando tênis sobre cadeira de rodas. Hoje, ele é tenista paratleta catarinense e leva em sua carreira, conquistas como a colocação em 5º lugar nas Olimpíadas Rio-16 e no ano passado, foi finalista de duplas do Grand Slam de Roland Garros, em Paris.

Em entrevista para a Placarsoft, conta como está sendo sua nova rotina de treinos, dificuldades encontradas e como consegue se manter positivo no cenário atípico e cheio de incertezas que estamos todos vivendo.

Confira a entrevista completa:

Placarsoft: Houve mudanças nos rankings e regras para a participação das paraolimpíadas?

Many: A ITF (Federação Internacional de Tênis) congelou o ranking quando os eventos foram paralisados em março. Agora, estamos esperando as novas regras e prazos para a classificação dos jogos.

P: Alguma previsão para a volta dos campeonatos?

M: A previsão para o retorno é em 13 de julho.

P: Foi repassado alguma orientação dos dirigentes e federações quanto aos cuidados e formas para enfrentar a quarentena?

M: A CBT (Confederação Brasileira de Tênis) e a ITF (Federação Internacional de Tênis), diante da pandemia, pediram pra todos mantermos os cuidados informados pelo Ministério da Saúde. Com isso, estamos fazendo o possível para manter o preparo físico dentro de casa, até que a situação seja normalizada de forma gradual.

P: Concentração e estudos são necessários para manter o foco e preparo para as paraolimpíadas em Tokyo. O que você está fazendo para manter o foco e estudos em dia? Tem alguma equipe de apoio?

M: Esse adiamento dos jogos está servindo muito para uma autoavaliação pra verificar o que preciso fazer pra melhorar e conquistar a vaga, e depois, a medalha.

Com quase 2 meses de isolamento, junto com meu treinador, fizemos um estudo e levantamento completo sobre todos os pontos necessários para minha evolução. Como também sobre os principais adversários, que possivelmente irei enfrentar, o jeito e maneira que eles jogam. E, com isso, traçando estratégias claras para obter sucesso nos próximos confrontos contra eles. Com esse estudo feito, montaremos nos próximos dias um plano de ação para treinos especificamente focado, para melhorar meu desempenho em quadra de forma positiva.

Esse apoio direto composto pelo técnico e o trabalho da minha psicóloga, Carla di Pierro, são importantes.

Preparo físico e mental:

P: Você está realizando atividades físicas e treinamento durante esse tempo?

M: Sim

P: Se sim, como está sendo o treino durante a quarentena?

M: No início da pandemia até o final de abril adaptei exercícios e treinamentos físicos em casa para não perder a forma física.

Como algumas atividades foram liberadas, retornei os treinamentos em quadra, e na parte física também, assim, quando os torneios retornarem estarei preparado.

Estamos passando por um momento difícil e diferente, e precisamos nos adaptar a esse “novo normal”. Mesmo o tênis sendo um esporte individual, diferente do futebol ou vôlei, onde esses possuem mais contato físico com integrantes do próprio time e/ou adversários. Mesmo estando longe do nosso adversário, seguindo sempre os procedimentos de saúde, como treinar de máscara e utilizar álcool em gel sempre que necessário.

P: Como tem feito para manter o preparo mental? Alguma coisa fora os treinos?

M: A Carla, psicóloga que me acompanha, tem sido um suporte imenso nessa área, tendo em vista que venho trabalhando muito pra chegar até aqui, desde o momento que saí da quadra dos jogos do RIO16 em 5º colocado. Aí, quando chega o momento de colher os frutos desses mais de 3 anos, acontece esse fenômeno negativo, que congelou o mundo. Trabalhar a incerteza de como vai ficar quando voltar os campeonatos, o retorno da movimentação do ranking, mexe não somente com minha cabeça, como acredito estar mexendo com vários atletas de diferentes categorias. Ela tem sido muito parceira, mantendo-me no foco e confiante.

P: Neste período, você tem feito mais alguma atividade, além da esportiva, para se manter ativo e com a cabeça limpa?

M: Estamos vivendo um momento diferente e único que vai marcar pra sempre nossas vidas. Me considero uma pessoa positiva e otimista, me mantenho assim e vejo que temos que tirar algo de bom disso.

Como paratleta a minha rotina é bastante intensa, onde passava muito tempo fora do país em competições, agora, estou aproveitando esse tempo para curtir a família.

A Cerâmica Portobello faz parte da minha vida pós acidente, trabalho lá há 10 anos, sempre que estou no Brasil é lá que bato meu cartão. Pra mim, uma família, me apoiando sempre, estamos juntos nesse momento, mesmo que em sistema home office.

E aproveitando os finais de semana sem estar viajando, estou finalizando os estudos da minha graduação.

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